colosso de rodes

o trem ia escorregadio
água nos trilhos e até o pescoço
da janela transbordava euforia
só tive medo
do gigante que decapitava carecas
cão branco que latia e corria
sempre em minha direção
ou na falta dela
sobrevoei sobre tua camisa azul
sobre teus olhos castanhos
detida na rima do teu alcance
em proferir
que gostava disso
daquilo
inclusive de mim
mas o maldito ladrava
a festa enchia os corredores
tu desaparecia
entre estranhos percorri estradas
era um carro no lugar dos navios
sempre cantou de um farol
tuas rimas vinham do mar
e tive tanto medo
querendo chegar até a voz do outro lado
escapando do homem gigante e o cão

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