É abstrato



Dou-me um minuto de distração e já estou sob um buraco e sonsamente jogando terra sobre terras. Quando o cansaço me toma sinto-me presa e sem movimentos e mesmo parando pra pensar, o que resta é sentir-se culpada.
Eu sei exatamente quando estou preste a afundar, mas na dúvida eu sigo de olhos cerrados e sorrindo boçalmente.
Testar os limites e ignorar cada aviso me torna mais humana, as vezes entregar-se a distração nos satisfaz como nada.
Quando a carga de emoções e sensações é grande, é fácil cair e deixar-se deitada por um longo tempo, até quem sabe anoitecer...
Por que pela manhã a consciência assume o controle e cada decisão tomada se torna imbecil e sem fundamento.
Minha repugnância quanto ao arrependimento é tão singela que de tempos em tempos esqueço.
Já não faltam palavras.
O que esta perdido e quase se deteriorando é o que fui.
Não que seja necessário pra seguir em frente, só que por mais que eu tente esse detalhe está sempre presente, em alerta, implorando atenção.
E ignorar porquê? Se a curiosidade é tão prática.
Só me diga porque agora? Depois de tanto tempo ali, silenciosamente observando e reprimindo o que já devia ter sido feito.
Mesmo que esteja ao nosso alcance, é a razão que deve acompanhar-te, atenção!
Santa hipocrisia minha. Devo dividir a culpa?
E quando tento colocar em andamento, perco o foco. Por mais dedicação que eu tenha as palavras perdem o sentido em minhas frases, só de pensar que sejam pra ti. É isso.



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