Em memória dele


No dia em que a notícia chocou essa que vos fala, ao te ver se despedindo desse mundo e levando consigo lembranças de uma vida vazia e com sofrimentos.
Os últimos dias que deveriam ser agradáveis foram desperdiçados com arrependimentos mesclados com a culpa que contornava todo seu ser e ascendiam sua raiva.
Apesar de a minha mente estar impregnada de desespero, dela estar ciente que sua alma estava prestes a se perder da minha, eu ainda podia visualizar sua imagem que prevalecia em meus pensamentos a cada minuto do dia, a cada suspiro que meu corpo produzia.
Sim, você sempre presente em mim, com aquele olhar cálido de transtorno eminente, suas feições indiferentes, um sorriso tímido escondido por entre seus cabelos, que eram revirados pela brisa que trazia a mim o aroma das rosas, a visão do paraíso.
Dias significantes foram aqueles que compartilhei contigo. Embora no presente não tenha valorizado, hoje conclui que foram os melhores.
Estar contigo era calmaria de uma longa tempestade que eram meus dias.
A noite nossos espíritos contemplavam as estrelas e selavam a união de nossas vidas.
Concordo e admito que te perder foi cair em um buraco escuro e profundo que me causa dor.
Até hoje luto para poder sair e assistir o nascer do sol, sentir o calor que de ti me confortava. Seu desejo sempre foi esse.
Mesmo com seu pleno e intacto silêncio eu lia suas feições, decifrava suas atitudes. E era você quem me conhecia, sabia exatamente como agir e acalmar minhas desilusões.
Um amigo que ouvia meus anseios, aquecia minhas mágoas e ditava o momento certo em me abraçar, demonstrar seu amor por esse ser insignificante e amargo que se intitulava eu.
Egoísmo meu era ter-te como apoio emocional e não prestar atenção no início do fim de seus dias.
Pura maldade dessa coisa com nome e tristeza eterna.



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