um comercial me fez chorar
deixei a pia inundar
não sabia se a louça ficaria limpa
ou marejada de existencialismo
estagnei entre correr e anotar
acabei esfregando o prato
o movimento em polir multiplicava copos
dos talheres, as facas é que escorregavam nos dedos
maciços em retirar
tirar da superfície o detalhe que ninguém notava
a onda que esmagou nossa ciranda
foi a mesma
não sei se fomos refeição de réptil
a memória afoga tanto quanto o detergente que escorre
dedos ressecados e toda cara inchada
a ordem foi dita e juro que tentei proteger
todos que cabiam no círculo
repito que perdi a ideia genial
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