sem quinto, nem cinto, sinto

espera a vida toda
pra ter todos 
do universo
primeiro
esbarra no conceito frouxo
crer que vida por completo é isso que veio ao presente
segundo
constrói a ideia besta
 possuir, significa agregar
estante pra coleção de figurinhas que só envelhecem
terceiro
em cada átomo
desde o distante ao próximo
haverá um lugarzinho guardando
mais um pouco da tua espera amarga
quarto
no meu, sozinha
tu estas acompanhado
nem sempre da mesma
o que não preocupa
machuca pra fazer sentir
descobriu meu segredo insosso
desejar
mesmo que seja dor
mas quando comigo
em tantas outras camas
desconhecidas
transcreves no meu peito
nos seios
minhas pernas com as unhas
com teus lábios no pescoço
que dos que ronronam
tu és o que sempre fico esperando na porta
digo, quarto
não vem gato nenhum, somente girafas mudas
que comem estrelas falantes
só pra ter uma voz zunindo por dentro
brilhando entre poros
atingindo lá fora
iluminando alguém em pé no assoalho
à espreita de qualquer coisa miando
e faça purr purr
contudo
que fique claro como a clara dos ovos
hipopótamos e girafas podem ser amigos
girafas e vagalumes querem ser amantes
quem somos nesses joguinhos infantis?

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