cometas no pôr do sol

dancei entre corpos e surdez absoluta
contra a correnteza os peixes permaneciam imóveis
cada segundo uma bala
altura coincidia com o pulo
pés na sala escura
teu corpo na rua vazia
a música repetia como se o dia inteiro fosse refrão
tinha sangue na calçada
gente gritando
agitação não alcançava multidões
a coreografia não passou de um frenesi
gestos desesperados
estranhos admiravam o quão fundo se está
antes de qualquer ambulância
havia ausência
quando tua queda era ser distante

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