sobre não saber


Não é observar ou me esquivar,
só não sei o que estão dizendo.
O que vejo fluir depois de ser traduzido pelas bocas
da multidão
da mídia,
ganha um vazio.
Ganha também frases de efeito.
Mas o inimigo é quem mesmo? O direito é de quem mesmo? O discurso vem de quem mesmo?
Quem, o que.
Não sei se prefiro estar agregada aos mascarados anônimos ou aos espectadores desconfiados.
Povo na rua não significa luta, a alienação adquire tantas formas que gritos eufóricos de liberdade podem às vezes só repetir canções.
Não posso analisar criticamente nem um vintém em meio a toda essa fumaça densa de ideais combatendo a si mesmo e gás lacrimogêneo.
Já não usam balas de borracha pra dispersar a multidão, é sorrateiro.
Quem amedronta caminha junto.
                                                                                                                                          Por trás

Um comentário:

  1. Estou passando para apreciar sua maravilhosa página e agradecer por estar conosco.
    Muito obrigada e volte sempre.

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