Descaso

Sob minha janela um cão ladra ao relento, pedindo em misericórdia um abrigo.
A vaidade humana une-se a mediocridade e não se presa a recorrer até lá e priva-lo do frio.
Com o sono aqueço-me e do pobre infeliz esqueço. Sem dono, a legítima vítima do abandono.
Se a sorte lhe restar, amanhece em vida e aja partida para algum lugar chegar.
Talvez em sonhos mesquinhos ei de rezar que uma alma mais bela o liberte da dor.
Que a repulsa em mim por deleitar em egoísmo não me prive de um longo sono. Assim eu suplico, com dó em meu peito e desejos de injúrias me despeço.

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